quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Para quê comparar?

Certo dia, um samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, foi procurar um mestre zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o mestre, diante de sua beleza e do encanto daquele momento, o samurai sentiu-se repentinamente inferior. Então disse ao mestre: - Por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior, e jamais havia me sentido assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo. Por que me sinto assustado agora? O mestre falou:

- Espere. Quando todos tiverem partido, responderei.


Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o mestre, e o samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando a sala estava vazia, o samurai perguntou novamente:


- Agora o senhor pode me responder por que me sinto inferior?


O mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia, e a lua estava justamente surgindo no alto. Ele disse:


- Olhe para essas duas árvores, a árvore alta e a árvore pequena ao lado dela. Por anos ambas estiveram juntas perto de minha janela e nunca houve problema entre elas. A árvore menor jamais perguntou à maior: "Por que me sinto inferior diante de você?". Esta árvore é pequena e aquela é grande, esse é o fato, e nunca ouvi sussurro nenhum sobre isso.


O samurai argumentou:


- Isto se dá porque elas não podem se comparar.


E o mestre replicou:


- Então não precisa mais me perguntar. Você já sabe a resposta.


Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é, e simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa você é você mesmo. Uma folhinha da relva é tão necessária quanto à maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se esse canto desaparecer.


(Autor desconhecido)

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